Acordando

Acordando

 

Primeiro, a poesia me acordou.

E foi incrível, tudo rimava.

Tudo era melódico.

Havia um lirismo melancólico.

 

A sorrir para as estrelas

e contar nuvens.

A decifrar raios e fonemas.

E, com a semântica reinando…

 

Tudo era harmônico,

Tudo era escólio

E de cinzas e fuligens

A phênix renascia em sistemas.

 

Depois dormir ficou difícil.

Fechar os olhos

Ausentar-se em sonhos.

 

Ler e escrever parecia algo

absolutamente indispensável.

 

O ballet das letras.

O coral dos fonemas

O bailado dos significados

E crepitar da hermenêutica.

 

Hermes passeava nu diante de todos e

de tudo era enorme mosaico,

montava os sentidos, doutrinava

vertentes e, quebrava as correntes

mais grossas capazes de engessar

a proeza de entender tudo…

ou quase tudo.

 

 

 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 07/05/2024
Código do texto: T8058469
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