A SINA DE UM BONACHÃO

No vigor da mocidade, caminha um bonachão,

Entre sonhos e esperanças. Companheira? A solidão!

Batalha árdua, luta constante, jornada dividida

Com o peso da miséria que leva, retalhos da sua vida.

Sonhos tecidos em fios dourados se entrelaçam,

Mas, a mão calejada não alcança a estrela que brilha.

Na mesquinhez da sociedade, suas asas se embaraçam,

Na realidade cruel onde o hipócrita o enquizila.

Anos se passam como rios, levando consigo a juventude,

E o sublime homem, na margem, vê seu sonho naufragar.

A desesperança como manto, cobre-lhe a magnitude,

Enquanto a sociedade, com a sua hipocrisia, segue a navegar.

No cansasso da velhice, seu corpo curvado se rende,

Diante da iminência da morte, o olhar cansado brilha.

E no limiar do além, a visão que o tempo estende,

Revela, enfim, os sonhos que a vida lhe negou em sua trilha.

Diante dos seus olhos, como um filme a desenrolar,

Seus sonhos perdidos, agora ganham vida e cor.

Na tela dos seus dias, relampejos voltam a brotar,

Todos seus anseios, que nunca os perdeu, mesmo na dor.

Um lar acolhedor, onde o amor é a própria essência,

Uma família unida, onde o afeto é o maior ancoradouro.

E no coração desse ser simples, renasce a crença,

De que na vida, afinal, a virtude foi o seu maior tesouro.

Assim, na hora derradeira, entre suspiros e sorrisos,

O bonachão parte, mas não na solidão da saudade.

E os sonhos não realizados, encontra o bálsamo precioso,

Que ilumina a sua jornada, para sempre, na eternidade.

Autor: Claudianor Dantas

Link da poesia abaixo:

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