Quando não há mais palavras
Poesia on line. Mote para 19.08.2008 proposto por Nilza Azzi:
Quando não há mais palavras
Plínio Marcos, na peça "A Dança Final" (Maltese. 1994), fala dos que morrem em vida, por falta de alegria, paixão e sonho, sobre as mortes do dia-a-dia. É um relato sobre um casal que chega aos vinte e cinco anos de vida em comum e descobre o nada absoluto...
Quando não há mais palavras
Maria Quitéria
Faz-se silêncio
Apagam-se as luzes
As cortinas descem
O teatro começa a ruir
Não há mais cio
Apenas as cruzes
Dos que padecem
Antes de sair
O caos fecha-se ao impávido
sem tum-tum-tum no coração
sem palavras, morre o ávido,
- fenece o que tinha emoção -
Veste-se uma mortalha negra
no sepulcral ato do dia-a-dia
tombada a vogal se desintegra
a última consoante de alegria.
Sampa, 19.08.2008 17:00hs
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