Angústia

É que tenho medo

das noites profundas e caladas

Do longo devaneio que escorre pela madrugada

O vento sopra

Um sopro que vem dedilhando-me o corpo, nem se quer sei de onde vêm

Desce incubido por seu sinistro canto,

arrastanto nervoso, vestígios de um dia sem descanço

Eu sinto frio, um frio que tento, e não apalpo, um frio que olho e não o acho

Um frio que vem da fina camada de gelo que cobriu-se minh’alma

Meus olhos olham profundo

O horizonte que rasga a madrugada

silenciosa noite, como a aurora dessa estrada

Minhas mãos estão geladas

envolto ao pranto insensato que

embaça-me a calma

E tenho medo

da criança que me olha na rua

e a ponta-me a arma

Ela não vê?

Que o material não é o que para eu vale á pena viver?

Lúthien tinúviel
Enviado por Lúthien tinúviel em 26/08/2008
Código do texto: T1147510
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