Dor

Nem toda manhã surge vestida

de azul, fresca como a brisa

da floresta.

Nem toda manhã desperta inundada

de sol, quente e acolhedora

como os braços do amor.

Algumas são escuras, frias, chuvosas.

Algumas são tristes como a solidão.

É da vida...

Nem toda tarde é lânguida e

lenta como o amor.

Nem toda tarde é tórrida,

invadida, tomada pelo sol

quente.

Inclemente

como um beijo.

Algumas são sombrias e frias,

como a dor.

Algumas são tenebrosas,

como um castigo.

É da vida...

Mas nada é pior nem se compara

a uma noite triste,

na sua escuridão.

Nada se compara a uma noite só,

sem amor.

É imenso túnel sem saída.

É aventura no desconhecido.

É poço profundo de dor !