Tempo

De repente ele se vê

um tanto velho, um tanto cansado,

um tanto perdido.

E fica a imaginar:

em que ponto se deu o desencontro

entre o homem que ele deveria ser

e o fantasma em que

se transformou...

Terá sido aquela vida sem norte,

aquela longa viagem sem

porto de destino,

aquele jogar, contar com a sorte?

Não sabe, não sei...

Vale a pena buscar razões?

Ele deve

autopsiar um cadáver,

descobrir a "causa mortis"?

Guinar o futuro,

dar destino ao resto da viagem?

Tarde demais?!