Exilada de mim

Nem se a flor abrir perfumada

Nem se você cantar só pra mim

Se o amor se apaixonar

Mesmo assim não vou sentir

Não quero amar ninguém

Nem quero ser amada também

Vou me despir do querer

Sem nem saber se realmente quis

Não quero a lua prateada

Nem o sol com raios azuis

A paixão pode levar embora

Junto com as notas do violão

Meu calor acabou, enterrei

Nem lembro mais o que passou

Se alguém minha boca beijou

Que gosto tem, nem quero saber

Vou ser minha, companheira absoluta

Vou morar na ilha chamada exílio

Vou tentar criar a minha estrada

Sem deixa rastro ou trilho

Nem quero ser encontrada

No deserto imenso do meu corpo

Vou enterra sentimentos

Quero amargas lembranças levar

Pra não ter que sentir saudades

Nem ter como voltar

Da beira da praia da vida

Vou fazer meu barco afundar

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 17/12/2008
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