INCÊNDIO

Fogo!

Nas ilusões...

Nas decepções...

Nas esperas eternas,

Que desespera!

Fogo!

Na saudade

De uma felicidade

Que nunca existiu!

Fogo!!!

No meu coração

Que é um casarão

De solidão!

Fogo! Fogo! Fogo!

Na angústia, no sofrimento

Que a gente sente

Por não se sentir amada!

Fogo!

No beijo que me deste

Fingido e imbuído

De sentimentos ínfimos!

Fogo!

No beijo que ardentemente desejei e não recebi

Que deslizou e se afogou num rio!

Fogo!

No abraço profundo e lasso,

Dado cheio de cansaço

De um esperar de quem não é esperado.

Fogo!

Nas minhas lágrimas

Quentes e abundantes

Que pelas magoas que me causastes

Transformaram-se num oceano!

Fogo!

No teu riso,

Cínico!

Fogo!

No meu corpo

Que sem carinho vive a tremer.

Na minha alma que sem amor

Transborda os meus dias

Impregnados de agonia!

Na minha mão

Que trêmula e enlouquecida

Procura o teu dorso, teu pescoço,

E conserva-se inerte e fria!

Fogo!

Em tudo que quis ter e não tive.

E em tudo que tive e não valeu à pena!

Então,

Para que ficar sozinha e triste,

Nesse deserto que é minha alma?

Portanto,

Do incêndio que crepita dentro de mim.

Vou esperar o fim

Para assoprar as cinzas

Aos ventos fortes

Da minha sorte!

Dgraça
Enviado por Dgraça em 17/01/2009
Reeditado em 17/01/2009
Código do texto: T1389079
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