De braços dados com a solidão
De braços dados com a solidão
(sobre a razão na insanidade)
Cansado de chorar por sua causa
Não somente por vocês que me leem
Mas também por toda e qualquer mulher amada
Decidi seguir nova jornada
Eu e a tantas vezes rejeitada
Mas a mim predestinada: a solidão
Tanto há de perseguir meu coração!
Por que hei de prosseguir co´a vista turva
Se, a cada curva, a vida muda a direção?
Se dissiparam minhas lágrimas na chuva
Toda tristeza que sofri sumiu também
Se acostumar, a solidão me cai tão bem!
Se ajusta a mim como uma mão se ajusta à luva!
Eterna noiva, a solidão é o que convém
Àquele que já não se ajusta a mais ninguém
Peço que digam aos leitores que me veem
A rir sozinho e declamando em altos brados
Que somos eu e a solidão, de braços dados
A rir dos que, desesperados, nunca a têm
(Djalma Silveira)