Quem me faz companhia...

Quem me faz companhia

Nesses dias frios e cinzas

Sem o sol que brilha

Sem o céu que é azul de dia e azul de noite

Sem o mar que também é azul

Mas que dele emanam brisas

Quem me faz companhia

É a vida que se repete todos os dias

Sempre igual

O tempo eu desconheço

Sei que existe

Mas pra mim ele voa como o vento

Quem me faz companhia

Eu não conheço

Não tem cheiro e nem tem gosto

Não tem corpo e nem um rosto

Não tem voz e não me ouve

Não tem cor e nem amor

Não é ninguém

Quem me faz companhia

É invisível

É intocável

Também é surdo e às vezes mudo

Quem me faz companhia

É o silêncio perdido num tempo

Que não marca as horas, os minutos e muito menos os segundos

É um tempo sem fim

Sem par, sem igual

Nele não queria estar

Sua companhia não quero desejar

Quem me faz companhia

É a solidão

Ela não tem nome, não tem forma, não tem rosto, nem endereço

Ela vem me visitar porque eu tenho forma e tenho um rosto e também um endereço.

Eloiza G. Antônio, 10h05min, 21 de Janeiro de 09.

Kateinan
Enviado por Kateinan em 16/03/2009
Reeditado em 16/03/2009
Código do texto: T1489307
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