Vento e vinho

Não me deixe lembrar.

Das noites frias e sombrias que esperei.

Esperei por algo, esperei por qualquer coisa.

Um movimento brusco, um telefonema, um sopro de vento...

e só o jornal me trazia notícias.

Sinto as gotas de chuva me tocarem, mas eu não as toco.

Saio correndo em meio a rua deserta, grupos típicos dançam quadrilha.

Olho para o lado, não vejo ninguém.

Aplausos e uma fogueira aquecedora.

Sinto muito frio, só o barulho da chuva escuto.

Me pego caída no sono, em algum canto da casa.

Esperei outra noite e nada veio.

O vento soprou algo, mas era apenas o prenúncio do dia.

Posso dormir novamente,

a noite está salva.