A ESPERA INTERMINÁVEL
Ondas do mar agitadas
No trapiche, a figura de uma mulher
Olhar distante, face envelhecida
As marcas da vida sulcam
Os olhos esmaecidos se transfiguram.
Ondas tremendas, ondas destemidas,
Vão e vêm, ritmo incessante
A espuma se alastra na areia
O vento frígido, soluçante
Carrega as vozes distanciadas.
Ela, imóvel, pensativa,
Seus pensamentos misturam medo
E sofrimento - uma longa espera
Quebrada pelo turbilhão das ondas
Um volta inexistente e consumida.
Suas lágrimas pararam de descer
Suas mãos agitadas soluçam
Aguardar sem entender quando
Coração totalmente abalado, perplexo
Todas as noites buscando um retorno.
São Paulo, 3 de maio de 2009.