TABACO
Piteira do cachimbo enclausurada entre os lábios
Conduzindo a fumaça doce entre as frestas dos meus dentes
Acalentando minha angustia não explicada
Fornicando com minha língua obscena
Malabaris de alcatrão esvoaçam pelo ar, dando-lhe forma de mistério
Enquanto o peso do coração teima em me puxar mais para o fundo
Somente o tabaco me consola agora
Quando nada faz sentido no meu mundo
Vejo o rebordo do fornilho acender a cada puxada
Lembrando-me do fogo que devo manter crepitando
Crepitando, crepitando, crepitando
Somente o tabaco me consola...