JANELA DA SOLIDÃO
 
As águas da chuva caem
sobre nossas cidades e vilas
e por nossas vidas escorrem
mas, do corpo, não levam dores
nem das almas suas mazelas.
Só beneficiam as nossas flores.
 
Somente sobre alguns vegetais,
suas exuberantes gotas brilham
e a sua pureza tudo sobrepuja,
tal qual fossem belos cristais,
mas pelas ruas elas nos rolam
sua imagem, cada vez mais suja.
 
E através desta antiga vidraça,
por onde vejo desfilar o mundo,
noto um raio e ouço um trovão.
Então minha vida toda repassa,
naquele exato e único segundo,
pela malvada janela da solidão.
 
               SP – 25/07/09


      Agradeço a brilhante poetisa Moly, pela sua 
                      sua  linda réplica:

 

MINHA JANELA

 De minha ampla janela balcão,
lânguida, apoiada ao parapeito,
contemplo enlevada, da lua o clarão,
com o amor a transbordar no peito.

o canto de Deus e dos anjos em coro
insistem meus sonhos embalar,
afagos de uma terna esperança
desse insano coração a palpitar

em resposta à meus devaneios,
luzes do universo salpicam cores
espalham fluidos de anseios,
manifestam nos astros, amores.

dessa esperança sem fim,
meus olhos cintilam ternura,
colorem a face em carmim
numa doce e suave candura.

janela da minha existência
no meu poema quero te enaltecer,
tudo tem um significado sim,
um arco-iris à resplandecer.

tentando agarrar toda a beleza
dessa lua faceira em minha janela,
numa percepção da natureza
almejo uma vida límpida e bela.

janela do meu poente, paisagem de luar
meus versos cantam, encantam
num beijo terno, eterno, sem fim,
o amor pulsando dentro de mim

 

 Moly



 
Fernando Alberto Couto e Moly
Enviado por Fernando Alberto Couto em 25/07/2009
Reeditado em 11/02/2015
Código do texto: T1718986
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