Solidão Morbida

Guardo em meu peito

Um coração sentido e reprimido;

Diante das coisas que tenho feito,

Ser feliz não mais consigo.

Tateio ansioso na escuridão

Uma esperança que me dê alento,

Sinto que os efeitos da solidão

São os obstáculos que diariamente enfrento.

Meu compasso cardíaco já não acelera

Tamanha a morbidez que a alma encara;

Sofro no silêncio monótono da espera

Um desdém infinito e uma nódoa rara.

No espelho que descreve meus sonhos

Só há nuvens que se dissipam em minha atmosfera;

Cambaleio num mar de desventuras tristonho

E nada enxergo do tudo que eu quisera.

O tempo se esvai mansamente

E adormeço no seio da esperança malograda;

Meu despertar estará vazio novamente

Sem o aconchego sutil dos braços de minha amada !

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 02/09/2009
Código do texto: T1788529
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