Aflição da Alma

Os meus olhos não conseguem suportar

A dor que minha alma produz...

Neste vazio que me espreme e consterna,

As lágrimas já não podem descer.

Estagnado estou à beira de um sentido,

Procurando entender o que me relega

À parte desse tão discriminador mundo.

Meus ossos sentem o frio da consciência

Que percorre todo o meu corpo...

E minha voz estanca paralisada

Diante de tanta incompreensão e dor.

O flagelo dos pensamentos desencadeia

O atroz murmúrio de vidraças quebradas.

O som que os cacos produzem esmaga

O anseio de se ter uma resposta,

Que fica no esquecimento de uma verdade solitária.

A liberdade está alheia às necessidades

E se choca com a inundação do inconstante.

Vacilo e me recolhe em restos de mim mesmo,

Querendo aquietar meu espírito do incerto futuro.

São Paulo, 2 de setembro de 2009.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 02/09/2009
Código do texto: T1788819
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