Aflição da Alma
Os meus olhos não conseguem suportar
A dor que minha alma produz...
Neste vazio que me espreme e consterna,
As lágrimas já não podem descer.
Estagnado estou à beira de um sentido,
Procurando entender o que me relega
À parte desse tão discriminador mundo.
Meus ossos sentem o frio da consciência
Que percorre todo o meu corpo...
E minha voz estanca paralisada
Diante de tanta incompreensão e dor.
O flagelo dos pensamentos desencadeia
O atroz murmúrio de vidraças quebradas.
O som que os cacos produzem esmaga
O anseio de se ter uma resposta,
Que fica no esquecimento de uma verdade solitária.
A liberdade está alheia às necessidades
E se choca com a inundação do inconstante.
Vacilo e me recolhe em restos de mim mesmo,
Querendo aquietar meu espírito do incerto futuro.
São Paulo, 2 de setembro de 2009.