Em minha própria solidão

Até as palavras

Doces amigas de meus solitários devaneios

Deixaram-me só nessa hora.

Toda a introspecção a que me exponho

Punge-me severamente

Sorvendo eu o acre néctar

De meu próprio veneno.

Já não sei o que se dá,

Mas as marcas ásperas que trago do passado

Assolam minha alma e amarguram meu espírito.

Como louco, eu me perco em meu próprio esconderijo.

Generalizo a raça humana

Pela percentagem ignomínia

E me preservo (não espontaneamente)

Por raiva do mundo... Por raiva de mim!

Não se há muito a dizer

Já não sou capaz de compreensões dialéticas,

Basta-me um dia de cada vez

Uma palavra a cada dia.

A de hoje é desespero.

Em minha própria solidão...