CIRCUNSCRITO
Encontro-me circunscrito
Reduzido a exíguo espaço
Castrado de sonhos
Prostrado por negros vazios
Envolto em paredes de pele branca
Músculos, tendões, tecidos
A me conter, sufocam
Detém minha expansão
Minha difusão pro universo
Esse corpo restringe o que realmente sou
Meu verdadeiro espaço
Antes só, que comigo mesmo
Não suporto a imagem desse espelho
Expondo meus limites
Minhas artrites e conjuntivites
Esse olho vermelho
Esse corpo restrito
Um olhar quase contrito
Arrependo-me do que não fiz
Vou soltar um grito
Queria ser quase infinito
Ser absoluto e menos relativo
Ter um fim ao meu comando
Ser ativo e menos dissoluto