ESCURO

Apesar do escuro

De toda a solidão,

Aplacável peça

Do teatro psicodélico

Da vida que vez ou outra

Entra em cartaz.

Saio às ruas

Ruminando meu pensar.

Deliciando-me com o gosto

Já conhecido, querendo mais do mesmo.

Sim!

Sempre o mesmo, nunca distinto.

Preciso pensar com a massa,

Imiscuir-me de qualquer responsabilidade

Pela provável catástrofe que se tornou

A convenção dos homens.

Convenções em nome de Deus.

Convenções em nome da terra.

Nada me interessa mais.

Quero apenas os instintos

Comer, beber, divertir e alienar-me.

Gritarei heroicamente em nome

Da suprema vontade de não existir.

Desaparecerei no meio dos comuns,

Apenas mais um rosto.

Serei todos e não serei nenhum

O tudo e o nada.

No limiar do escuro

De toda solidão.

KBÇAPOETA
Enviado por KBÇAPOETA em 07/12/2009
Código do texto: T1965739
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