FELINA
1996
Quando nasceu, menina
Não sabia o que o destino
lhe reservava, não,
não sabia, Querubina...
Quando abriu os olhinhos
e chorou, para encher de ar
seus pulmõezinhos
não sabia, menina...
Um destino de todas as meninas,
destino de flor, que em semente
se transforma.
Destino de amor, menina...
Missão de transformar
o viço do botão de flor
em parto de dor,
um dia, pequenina...
Em renovar a cada geração
a nossa espécie,
que ás vezes transforma
em extinção, outras espécies.
Que triste sina...
O destino de amar
apesar da dor e
ás vezes até mesmo
na ausência do amor,
(que virou a esquina...)
E a deixou tomando conta
da prole toda,
triste e só!
flor pequenina...
Felina?