ALMA CIGANA

Na penumbra do meu quarto, da janela a luz da rua,

ilumina teu rosto refletindo o dourado da luz amarelada.

Revelando o mesmo sorriso com que me dizias...

Daquele jeito só teu, ti amo!...

Assim permaneces agora sorrindo calada.

Teu corpo envolto em transparências sutis. A bailar.

Deixando adivinhar os contornos de tua beleza nua.

Não existe nada tão belo que me faça olvidar.

O prazer de dormir em teu colo e sonhar a luz da lua.

Levanto-me de um salto tentando envolver-te em meus braços

Quero sentir-te bem perto. Beijar tua boca sensual.

Unir-me a ti num momento único e sem espaços.

Entre nossos corpos unidos num eterno ritual.

Meu coração bate forte, como um tambor descontrolado.

Mas teu corpo se desvanece, deixando-me perdido..

Perplexo envolvendo nos braços, apenas o nada.

O vazio desolado.

Não estás mais aqui, não podes mais.

Não devias ter ido

Tão sedo, sem aviso, apenas a partida cruel e insana.

Teu sorriso ainda vejo em meus sonhos.

Como um alento, uma mania cigana.

De ir e voltar por caminhos bisonhos.

Porque fazes isso comigo? Porque tanta maldade?

Porque surges do nada e ao nada retornas assim?

Deixando-me apenas, a dor, das feridas, da dor, da saudade.

Da perda, da tua ausência, da tua vida ausente de mim.

Se o fazes por amor tentando abreviar meu fim,

Compreendo-te e te perdôo Mas porque desse jeito?

Já não durmo, não como, não vivo.

Consumo-me assim.

Com a brasa ardente da saudade queimando-me o peito.

Ergo aos céus uma prece, me desfazendo em pedaços.

Acendo a luz, um cigarro e mais outro, mais outro.

Enfim fumo todo um maço.

Talvez que assim mais depressa, te encontre, em.

Um outro viver, outro espaço.

Lauro Winck
Enviado por Lauro Winck em 10/04/2010
Código do texto: T2188703
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