Camélia
Porque sou eu a Cortesã
De seus sonhos
E ela a mulher de seus dias?
Meus olhos lôbregos acordam
Para focar o nada...
A cama rodeada por livros,
Círculo de sabedoria e paixão,
Antro de perfume e saudade
Amanhece fria, solene.
Meus dias padecem a escrever
Somente. A claridade é o revés...
É como a solidão que me consome.
Ao claro, sua apatia
Me assusta...
E trôpega de sentimentos vissicitosos, derramo lágrimas
Em meus escritos não somente inspirados por ti.
Mas pela amargura trazida em minha boca a cada manhã que acordo
Sem teu corpo quente ao lado meu.
Tento sufragar meus sentimentos.
Torná-los líquidos em poesia.
Mas quando a noite cai
E tua voz a recitar me aquece
O peito, e tuas mãos me
Esquentam o corpo
Me pego a sorrir...
E deixo-me naufragar em
Mil e uma noites de Amor.