Nostalgia de versos diversos...

Cai a tarde.

Esmaecida e pálida paisagem

Impávida desfaz-se no poente

Como refém de uma miragem

Pairada e ripada do sol ausente.

A noite invade.

Dissimulada senhora do breu

Esquálida negra luz se recente

Em busca do brilho que perdeu

Para um sol de outro nascente.

Sem alarde

Retira de campo tua poesia

Porque sendo noite ou dia

Os versos ficam desestimulados

Ante a palidez do fim de tarde

Ante a obscuridade do anoitecer.

Talvez o poeta esteja só

Talvez se instale na nostalgia

Quando não gera idéia

Para dizer o poema certo

E não escancare a diferença

De ser.

Quem sabe,

Na manhã do amanhã,

Nunca seja tarde

Quando amanhecer.