- ESTÉREO -
“Possuía uma estranha força de persistência
Tinha uma aparência espetacular
Mas agora estou a me estranhar
Perdendo da vida a essência
Afinal, tenho intimidade com a morte
Algo estranho aconteceu
Depois que ela se perdeu
Perdi muito a sorte
A experiência deu-me um novo talento
Minha boca não era desejada
Não consegui fazer ela ser beijada
Nem amado em nenhum momento
Parecia um ato de crueldade
A morte demonstrava pouco respeito pelo corpo humano
Pois a morte é algo esta armando
Algo forte de verdade
Em plena luz da manhã
Havia poucas dúvidas
As pessoas andavam lúcidas
E minha alma ainda sã
Já quase não parecia humano
Senti uma profunda lástima
E como minha alma fosse plástica
Derreteu de modo insano
Queixando-me amargamente
Na passada distante
Morrendo naquele instante
Fechei os olhos tristemente”
Cleiton Dorival Lovatto – 24/01/2005