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INDIFERÊNÇA


Arrumei-me toda pra você
e você nem me viu...
Murmurando alguma coisa,
abriu a porta e saiu.

Sabe lá Deus
a que horas vai voltar
e se vai voltar.

E eu aqui, correndo
pra me arrumar,
pra me enfeitar,
na esperança de encontrar
pelo menos um olhar...
Um olhar...

Que nada me dissesse...
Que nada fizesse...
Mas que eu sentisse
que você me viu,
que você me notou...

Não, eu não tenho um homem.
Eu não tenho um amor...
Sou só uma escrava, um robot.

Lavar, passar, cozinhar,
limpar, arrumar...
Eis minha vida!

Mas antes que ela finde,
hei de fazer um brinde:
Liberdade,
antes que seja tarde!