Silêncio, vazio - Poesia

O que há no silêncio

da minha solidão

são meus versos de melancolia,

derramados (naturalmente)

do recesso tenebroso

que é meu coração.

O que há (em mim) tão somente

é o tempo que voa

– indiferentemente –

com desdém, e passa

sem, sequer, perceber a mínima

(sombra

desta pouca pessoa.

O que habita no vazio

da minha alma é tudo.

(Pela simples razão

de nada haver dentro dela

que não seja um clarão.)

O que se desprende de mim

e se espalha como um vírus

(contagioso

pelo vento que sopra agora,

é a tristeza mórbida e fria

que como todas as noites

(e todos os dias

no leito sombrio,

na casa vazia,

no escuro secreto que é minha

(solidão

e minha poesia.

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 05/10/2010
Reeditado em 13/10/2010
Código do texto: T2540128