Gestos

Vou em pegadas largas

ao futuro estreito-largo

com força de loucura.

O corpo nem sempre

é percebido como

instrumento a ser

tocado por música.

Mas reside em casa,

sentado na poltrona

e na hora da leitura

as folhas de outono

são as de um livro

ainda a ser preenchido.

São folhas sem neve,

sem a cegueira branca

de repelir todas as cores

da paisagem pintada

na memória imediata

feita também da amnésia

e com a espontaneidade

da síntese de todos gestos.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 14/10/2010
Código do texto: T2556421
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