Gestos
Vou em pegadas largas
ao futuro estreito-largo
com força de loucura.
O corpo nem sempre
é percebido como
instrumento a ser
tocado por música.
Mas reside em casa,
sentado na poltrona
e na hora da leitura
as folhas de outono
são as de um livro
ainda a ser preenchido.
São folhas sem neve,
sem a cegueira branca
de repelir todas as cores
da paisagem pintada
na memória imediata
feita também da amnésia
e com a espontaneidade
da síntese de todos gestos.