NO CALOR DA SOLIDÃO

Na cama nu, eu me deito,

tentando amenisar-me do calor,

mas na madrugada o preito

sopra brisa em mim de dor.

Ai! Sou da carne a solidão,

sou a singular paixão,

que na noite quente ou fria

chora, sofre em demasia.

Quando não me reviro na cama,

reviro-me pelas desérticas ruas,

que no latido do cão que clama,

clama pelas brancas luas.

Conheci o acerbo manto,

manto negro que cobre a noite

que enxugava o meu pranto

das marcas do seu açoite.

Andando vou pelo sonho,

ou quando não pelas suas sendas,

faço-me companhia tristonho,

me encho também de contendas.

Agora, a madrugada é fria,

a brisa que me invade o leito

me deixa ávido da companhia

do teu amor onde me deito.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 26/12/2010
Código do texto: T2691603
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