O Mistério das Coisas

Quando chegam as manhãs,

a alegria invade as praças.

É a hora em que se acende

e renova a felicidade criança.

Sobre os sonolentos balanços

se debruça o calor doutro dia

que sempre começa, outra vez.

Os frios bancos adormecidos

agora, abrigam leitores, casais

e algum solitário com tempo a passar

mergulhado em lembranças

ansioso da hora que nunca chega.

Tudo parece acordar

pedra, caminho, ruas,

janela, portas, paredes,

motores, tudo, tudo mesmo.

Um sem fim de elementos

que estão sempre presentes

escravos nossos, no dia a dia

num eterno silêncio aprazível

misterioso e aceito.

Muitos deles durarão além de nós

nunca saberão o que fomos

nalguma manhã!

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