VIDA E MADRASTA

Como salvar-me de mim mesma?

Sem saber por onde fui me perdendo

Pedaços com saudades da perda

A cada um que parte...Fui morrendo.

Luto ferozmente para encontrar

Meu riso fácil e a leveza de viver.

Sem medo de nada para enfrentar

Que o tempo passa sem perceber.

Vou trilhar o caminho de volta

Para resgatar meu eu verdadeiro

Preparo-me para atravessar a porta

E encontrar-me num dia corriqueiro.

Sobreviver é mais difícil que viver

Os anos trazem cargas tão difíceis

Cada linha no rosto vem nos dizer

Que muitos desejos são impossíveis.

Abro a porta do passado da minha vida

Vejo um quintal e eu de pés descalços.

Breve liberdade de súbito interrompida

Pela clausura imposta cheia de percalços.

Hesito...Atravesso a porta sem medo?

Pulo a janela e liberto-me pra sempre?

Devolvo-me a liberdade em segredo.

Quebro e jogo fora todas as correntes.

Não posso tantos anos depois permitir.

Que as maldades carrascas tragam depressão.

Fecho a porta comigo resgatada a sorrir

Deixo para trás tanta maldade e prisão.

Posso sorrir sempre e novamente.

Portas se fecham com cadeados

A tristeza ficou no passado somente.

Não nos roubam a alegria os malvados.

Muitos motivos tenho tido para ser feliz.

A dádiva de sobreviver a tudo já é um sinal

Passar por tantas mazelas Deus assim quis.

Não vou temer, pois todo o bem venceu o mal.

Claire Fernandes
Enviado por Claire Fernandes em 07/01/2011
Reeditado em 23/10/2011
Código do texto: T2713888
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