VIDA E MADRASTA
Como salvar-me de mim mesma?
Sem saber por onde fui me perdendo
Pedaços com saudades da perda
A cada um que parte...Fui morrendo.
Luto ferozmente para encontrar
Meu riso fácil e a leveza de viver.
Sem medo de nada para enfrentar
Que o tempo passa sem perceber.
Vou trilhar o caminho de volta
Para resgatar meu eu verdadeiro
Preparo-me para atravessar a porta
E encontrar-me num dia corriqueiro.
Sobreviver é mais difícil que viver
Os anos trazem cargas tão difíceis
Cada linha no rosto vem nos dizer
Que muitos desejos são impossíveis.
Abro a porta do passado da minha vida
Vejo um quintal e eu de pés descalços.
Breve liberdade de súbito interrompida
Pela clausura imposta cheia de percalços.
Hesito...Atravesso a porta sem medo?
Pulo a janela e liberto-me pra sempre?
Devolvo-me a liberdade em segredo.
Quebro e jogo fora todas as correntes.
Não posso tantos anos depois permitir.
Que as maldades carrascas tragam depressão.
Fecho a porta comigo resgatada a sorrir
Deixo para trás tanta maldade e prisão.
Posso sorrir sempre e novamente.
Portas se fecham com cadeados
A tristeza ficou no passado somente.
Não nos roubam a alegria os malvados.
Muitos motivos tenho tido para ser feliz.
A dádiva de sobreviver a tudo já é um sinal
Passar por tantas mazelas Deus assim quis.
Não vou temer, pois todo o bem venceu o mal.