Casas e calafrios

Quando passo por essas casas,

sinto arrepio, da corcova ao dedão do pé.

Todas têm seu olhar sufocado

entre a porta e o beiral – arfam, desmaiam...

Na rua há ciprestes tristes, anciãos

cansados do revolver dos vendavais.

A tarde vem cheia de pingos sufocantes,

e a lua se desnuda entre nuvens...

Calafrios é o que sinto

ao passar pelas casas de arrepio...

nas tardes enfumaçadas de inverno.

São Paulo, 5 de janeiro de 2011.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 11/01/2011
Código do texto: T2722936
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