Gigante de Mármore

A solidão fria

adormece como o mármore

as luzinhas das casinhas, lá longe

tinam nos meus olhos

sinto necessidade de ficar sozinho

sinto necessidade de alguém que fique comigo

mas, me deixe sozinho

Olho para o outro lado

e vejo uma escuridão infinita

queria apalpá-la, mas não posso

queria nadar, voar e me compenetrar nela

mas não posso.

Então olho para mim

um pequeno ponto perdido

sem ninguém calado

sinto o coração se libertar

como quem quer paz

fugindo do meu corpo

saindo pela pele, pela boca.

Olho de volta para as luzinhas

elas continuam acesas, paradas

o meu corpo está tremulo

sinto me sozinho

sem horizontes e sem verdades

sozinho!

Eu e a noite fria

de mármore.

Henrique Rodrigues Soares - Relicário das Dores