POMAR COM MORANGOS VERDES
                                       
 
Sinto que o terremoto chegou
Já não existem pérolas
Para colher no meu pomar
Não adianta tentar
 
Não adianta pescar
O verbo amar
Onde não há
Nem cinzas para atirar ao mar
 
Nem mesmo o canto
Do bem-te-vi
Acabará com a dor que existe aqui
 
Até o sol se esqueceu de levantar
De olhar
A solidão do pomar