O Poeta e a Saudade
A saudade assusta,
traça nas folhas
palavras pesadas.
O vento leva
o corpo ausente,
as mãos geladas.
Trêmula,
a alma sonha na casa escura;
desesperada,
Ouve a canção dos solitários,
habitantes das aldeias.
Artistas bufões
abrem as cortinas,
lustram os sapatos.
Livre está o palco.
O rosto ensaia o riso,
a maquiagem disfarça as lágrimas
e um grito sufocado,
parado no ar.
Nuvens de cinza,
escondem o sol.
O poeta adormece,
descansa o rosto amargo
à espera de afagos.