A Última Tempestade

Esta noite logo tudo passa;

neste enleio a minha vida se repassa...

Preciso de calma; perdi meu intelecto,

a minh’alma não reconhece o seu aspecto.

Mais outra noite sentindo-me só e sentido frio...

desvanece os sonhos, os sentidos, o pensamento,

prevalece agora um enorme vazio.

Cometo um disparate, ouço o barulho do vento;

e das folhas caindo no relento,

vão-se as horas...

Pelas veias do corpo flui um ardor;

eu espero que o dia amanheça rapidamente;

para que não me consuma o rancor;

flui em meu peito a fúria de antigas lembranças;

mas meu espírito ainda inteiro, derrama o amor,

e a sua sensibilidade e lealdade me traz esperanças...

deleito-me em ti, minha única razão.

A tempestade agora chegou com muita força;

o quarto fica claro com os focos luminosos dos raios;

e arrepiante, com o barulho do trovão...

Quase um segundo depois dispara o coração;

Danilo Figueiredo
Enviado por Danilo Figueiredo em 21/03/2011
Código do texto: T2862582
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