CÁLIDA SOLIDÃO

Em minha cálida alcova apertada

Por camas e móveis, mal cabiam,

Eu dedilhava versos que fremiam

Por minha vida desertada.

Diante das persianas de meia luz

Mal continham os raios solares

E o calor dantesco em colares

Vertem exsudação ponto em cruz.

Vejo bailar nos olhos a narguila

Seu extenso tubo rubro do oriente

Pendia sobre o jarro transparente,

Lembrança de minha terra tranquila.

Sobre o leito o raio de luz batia

Vivo, o transponente reinol,

Cruelmente esquentara esse sol,

O quarto em que eu dormia.

Mas eu nesta vida solitária

Encaro a companhia da solidão

Que me torna motivo de inspiração

Para esta minh´alma refratária.

Dum lado o gnóstico embutido

D´outro lado estante de livros

No meio, lágrimas em litros

E no peito coração oprimido.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 30/03/2011
Código do texto: T2879364
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