ALCOVA VAZIA

Nesta minha alcova, ora vazia,

Cheia de tantos nadas a preencher,

Fico horas nela, minha orgia,

De tanto desejo e bem querer.

Não, jamais eu quis ser ocioso,

Nem ficar ao vento acomodar,

Me faltou um ar malicioso

Para alguns intentos alcançar.

Mas alcancei feliz a poesia

Trouxe-a comigo, conviver,

Mesmo solitário sem valia

Sinto muita coisa acontecer.

Vejo a noite silente, chorosa,

Com saudades das constelações

E na falta da lua orgulhosa

Se entregara a noite às ilusões.

Passo a minha vida nesta alcova,

Sem falar, calar ou conversar,

É como eu não existir na trova,

Ou a trova não concatenar.

(YEHORAM

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 01/04/2011
Código do texto: T2882685
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