CONCLAVE PASSIONAL

Co´a solidão amiga de outrora,

Ora brigamos, ora nos abraçamos,

Mas como dois sem vergonhas,

Com línguas cheia de peçonhas

Sempre um dia retornamos.

E agora, pois, se reunem aqui,

Para um conclave passional,

A solidão, a noite e o bocejar,

Para tua imagem a voejar

Na dor que nunca tem final.

E sinto lágrimas cadentes

Como estrelas, ranhuras no céu,

Goteja no âmago o teu nome

Cada letra que me consome

Não se escreve em papel.

A solidão falou quietude,

A quietude doi e é mortal,

Sinto a dor da minha liberdade

Ao correr co ´a saudade

Para o pranto sepulcral.

Não digo mais é meu corpo,

Digo um cadáver fétido sou,

Por fugaz alento que falta

Esta tristeza ressalta:

Será que um dia me amou?

Sou da solidão o seu cheiro,

Como olor da Dama da Noite,

Pelas solitárias ruas e frias

Nas manchas delas sombrias

Que marcam no peito açoite.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 10/04/2011
Reeditado em 04/05/2011
Código do texto: T2900980
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