Oito anos

Hoje acordei ancorada em árvore

Com os lábios salivando antigos frutos

Acordei com oito anos de idade

Nos braços do meu velho mundo!

Os antigos ladrilhos da estrada

Recebiam resignados minha alegria

A noite parecia uma dama encantada

Festejando sua vitória sobre o dia

Me vi toda colorida

Com os pés misturados ao chão

O futuro é triste partida

Caminho inevitável de toda direção

Meu coração amanheceu feito varanda aberta

Onde pousam as aves do sul

O horizonte é apenas uma linha reta

Pra quem só enxerga o azul...

As velhas árvores misturavam

Frutas, céu e crianças

Os generosos galhos abrigavam

Em tons verdes a infância...

O velho balanço nasceu em cordas

Acordando antigos ventos

Na vida o que realmente importa

É a eternidade que sobrevive ao momento