DOR

Não quero finais sutilmente requintados

Nem mesmo explicações elaboradas

Não desejo tapas com luvas de pelica

Ou entender paradigmas e paradoxos

Mesmo solitário não desejo compaixão

Ou comoventes comentários inteligentes

Cheios de rodeios e repletos de brandura

Quero que sangre minha dor de emoção

Que meu coração seja meu terapeuta

E que saiba enfrentar o desafio do vazio

As vagas inóspitas de meus comentários

Quero mesmo a acidez de tuas palavras

E não a superficialidade de tua eloqüência

Não há em mim o que em outros procura

Como o que há seja o que nunca realmente quis

Minha personalidade apresenta-se líquida

E o supérfluo em mim ela mesmo liquida

Quero descortinar esse novo amanhã

Sem saber ao certo o que ele proverá

Há sentimentos e quereres insubstituível

Amores e paixões vazias e risíveis

Mas o que nasce do embrião da alma

Esse nunca morre e sempre vai estar lá

No recanto mais universal do meu ser

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 18/04/2011
Reeditado em 26/04/2011
Código do texto: T2916674
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