Ternura inquieta

O oceano revolto dos teus lábios

Beija a tímida aurora ensanguentada

Molhada pelo pânico das ondas

Onde pondera o grito do desejo esquivo

Antes que possa provar da luz

Ferindo a sombra

Outro vazio furtivo

Da boa fome de sonhar teu corpo.

Responde ao tempo eterno adormecido

Tua canção de insone

Teu caminho sem fim entre veredas.

Respira entre paredes

O absurdo das plumas sem cores

O desatino: um mar de pétalas de todas as flores

Imóvel na cantiga inerte

Da aridez da lua.

Humanamente... procura

Desesperadamente... busca, agora

Nos discos sublimes dos seios

O único amanhecer que a solidão implora.

Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 01/06/2011
Reeditado em 16/09/2020
Código do texto: T3007046
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