MEDO DO ADEUS
Todo calor esfriou
Os corpos enfadados
Os olhos vazios e parados
Procuram no horizonte distante
Algo que já não existe por aqui.
As palavras teimosas
Só brincam nos lábios
Mas retornam sorrateiras
E calam no fundo d’alma
Com medo de ferir,
Medo de mudar,
Medo de recomeçar.
E assim continuamos nessa realidade fria
Sonhando com noites quentes
De um passado distante
Dessas nossas tardes vazias
Que eram cheias de sussurros e sorrisos...
Mas agora a vida corre serena
O seu curso inquietante
Rumo ao final que é certo
Sem novidades, sem sobressaltos.
Apenas a apatia costumeira e frustrante.
Enquanto só em pensamentos
Temos coragem de nos arriscar
Nosso íntimo anseia
Por algo mais quer buscar:
Liberdade, emoção
Carinho, excitação...
Ah, mas temos medo do adeus
Por isso continuamos aqui assim
Juntos e Impotentes,
Calados e frustrados
Esperando o começo do fim.