MEDO DO ADEUS

Todo calor esfriou

Os corpos enfadados

Os olhos vazios e parados

Procuram no horizonte distante

Algo que já não existe por aqui.

As palavras teimosas

Só brincam nos lábios

Mas retornam sorrateiras

E calam no fundo d’alma

Com medo de ferir,

Medo de mudar,

Medo de recomeçar.

E assim continuamos nessa realidade fria

Sonhando com noites quentes

De um passado distante

Dessas nossas tardes vazias

Que eram cheias de sussurros e sorrisos...

Mas agora a vida corre serena

O seu curso inquietante

Rumo ao final que é certo

Sem novidades, sem sobressaltos.

Apenas a apatia costumeira e frustrante.

Enquanto só em pensamentos

Temos coragem de nos arriscar

Nosso íntimo anseia

Por algo mais quer buscar:

Liberdade, emoção

Carinho, excitação...

Ah, mas temos medo do adeus

Por isso continuamos aqui assim

Juntos e Impotentes,

Calados e frustrados

Esperando o começo do fim.

sirlei almeida
Enviado por sirlei almeida em 02/06/2011
Código do texto: T3010222
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