À FADA DOMINIQUE

Sumiu?!

Não apareceu mais?!

Compreendo!

Você não é humana

Nós somos assim mesmo, também.

Queremos e temos medo de querer.

Queremos o afeto. Quando aparece

preferimos nos afastar.

Queremos... nem sabemos o quê direito.

Quando aparece preferimos nos distanciar.

Queremos as confidências.

Quando se torna possível, preferimos os segredos.

Tememos os laços que possam nos prender.

Preferimos a liberdade, ainda que solitária.

Tememos os sentimentos que podem nos comprometer.

Preferimos a discrição ainda que nos deixem só.

Você sumiu.

Porém, foram bons os poucos momentos que apareceu.

Pensei na possibilidade de compartilhar.

Nestes momentos pude rir, chorar, alegrar e me preocupar.

Sonhei!

Por breve momento saí de minha solidão.

Mesmo distante e afastado, penso em você – minha fadinha.

Minha solidão não será mais tão só agora.

Tua memória me faz companhia.

Posso conversar com teu fantasma nas horas calmas

em que a saudade me fere.

Esta companhia é melhor que a assombração da solidão.

Mesmo que você não apareça mais, não estou tão só assim.

Conheci-te e mesmo longe você morará sempre em meu coração.

Em meus sentimentos e emoções eu te gerei – minha fantasia de louco.

Você tornou-me um grande Peter Pan

ainda que todos enxerguem o fruto maduro que comem como sobremesa.

L.L. Bcena, Novembro de 1999.

POEMA 269 – CADERNO: ROSA VERMELHA.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 21/07/2011
Código do texto: T3109237
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