EMBRIAGUEZ DA NOITE
Ó linda flor da erma terra e árida
Cujo fulgor das estrelas tocam
A alma noturna da noite cálida,
Até parece uma madrugada sádica
Quando recai as lágrimas que jorram.
Mas tu que senta à porta a toa,
Não obra, nem chora um pranto,
Nem jorra dela o choro que magoa;
Esquece do atributo de pessoa,
No imo do seio, o seu encanto.
Na noite tomba em sua embriaguez
Balbuciando o nome dela em sonho,
Este amor já se torna em escassez
Que é ermo de carinhos, por sua vez,
Que pisa indiferente alguém tristonho.
E toda vez lhe nasce paixão cruenta
O amargo dos seus tíbios beijos
Ficar sem eles a alma não aguenta
Embora seja assim tão desatenta
O pobre peito invade os seus desejos.
(YEHORAM)