::: QUANDO O POETA MORRE :::

Destilo a minha alma no vinho da putrefação da angustia

E me afogo no cálice da solidão que há no meu peito.

Meus olhos marejados com o brilho prata do luar

Tornaram-se o vitupério da dorida esperança.

Meus ombros carregam em sua sutileza

A cognição que o mundo me incumbe.

Estou farto, cansado e incrédulo...

Noite suntuosa em que despejo pelos degraus da vida

O emaranhado de palavras presas no meu coração.

Isso é o que eu tenho repetidamente!

Palavras presas no meu coração a cada noite funesta...

Deitado sobre a face do deserto que existe em mim

Eu tento plantar sementes de alegria, mas não dá...

Não há chuva e as águas que banham o meu verso são salgadas,

Assim são as águas do meu pranto, minhas lágrimas.

Eu sinto no peito o sangue da guerra e morro de solidão.

Martelo com os dedos o piano desafinado

E assim eu vejo o como nos tornamos tão parecidos.

O piano e eu, dois amantes abandonados,

Dois artistas esquecidos, dois amores jamais tocados.

Não tem música e não tem romance.

Para o piano não há musico que o dê destreza

E para mim não há musa que me inspire...

Ygor Pierry
Enviado por Ygor Pierry em 31/07/2011
Reeditado em 27/01/2012
Código do texto: T3130824
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