Ausência

É pecado querer preservar o ausente?

É pedir muito um pouco de compreensão?

É ruim tentar deixá-lo presente?

É bom para meu coração?

A incompreensão mata,

O ciúme impuro remata.

Por que ela não entende?

Não estou abandonando ninguém!

Eu sou a refém.

Refém do medo.

Refém da saudade

Refém da felicidade

Refém do tarde e do cedo

Refém... de ninguém.

Não tenho morada.

Às vezes me sinto em casa,

Às vezes a solidão queima em brasa.

Às vezes sou amada,

outras, abandonada.

Mas será isso a realidade?

Ou será uma insegurança de minha mente?

A felicidade é crente,

É aquilo que você acredita fielmente.

Então o que vivo é real?

Espero que não!

Pois felicidades tristes são.

Onde moro?

Onde está a minha casa?

Sou um pássaro voando sem asa.

Se permitir, a ausência pode doer,

Isso que ela precisa entender!

Quero preservar a presença,

Esta é minha crença.

Respeito.

Preciso saber onde encontrar

Num mundo cheio de despeito.

Deixe-me amar!