Versos de solidão
Queria falar de amor
De alegria e felicidade
Juro-te!
Queria versejar com ardor
(Uma vez mais)
Os benfazejos da mocidade
Mas como desenhar borboletas
Sem lápis, papéis ou canetas?
Como atravessar a galáxia
Sem conhecer cada um dos planetas?
Desaprenderei de sonhar
Ou morrerei tentando
Renegarei cada sonho
Desejo e vontade
Por isso, em desistindo de verdade
Até mesmo de voar
Não poderei então reclamar
Se me levarem as asas
Juro-te que queria!
Mas cansei de sofrer
Cansei de refazer
Este meu castelo de cartas
Sim! Cansei de me cansar
Cansei de procurar o improcuravel
Cansei de ser cavaleiro errante:
Cansei de sonhar o sonho impossível
Cansei de sofrer a angustia implacável
Cansei de pisar onde os bravos não ousam
Cansei de tentar reparar o mal irreparável
Cansei de amar um amor casto à distância
Cansei de enfrentar um inimigo invencível
Cansei de tentar mesmo quando as forças se esvaem
Cansei de tentar alcançar a estrela inatingível!
Se me tornei taciturno
Foi por excesso de tentar
Sabe aquela fantasia
De ser amado e amar
Até quando a morte chegar?
Cada vez mais, desacredito
Enfim! Apegando-me a isso
Como poderei lamentar então
Se só compuser versos de solidão...
( Uso em forma adaptada, um verso conhecido de Dom Quixote)