Estranhos.

Estranhos.

E então...

Deixamos secar o coração.

Faltou regar nossos momentos

Com a leveza da emoção:

Um abraço apertado...

Um beijo desinteressado...

Um elogio inesperado,

Um simples afago,

Uma flor...

Gestos indispensáveis ao plantio do amor.

Tristemente o coração definha

Invadido pelas ervas daninhas

Da rotina, da mesmice e da solidão.

E então...

Nos encontramos inertes,

Sentados frente a frente

Como dois estranhos.

Dois idiomas diferentes.

E o silêncio é tão intenso, tão pesado,

Que sem pedir licença

Vem sentar-se indiferente ao nosso lado.

E seguimos assim em torturante rotina,

Como se fora destino, carma ou sina,

Sem coragem sequer para mudar.

“Jogar tudo pro alto”...

E recomeçar.

Nilda Dias Tavares.

Quarto lugar no VII Concurso Literário Poesias Sem Fronteiras.

http://marceloescritor.blig.ig.com.br