Vitrine de enganos

Vitrine de enganos

Na vitrine de doces

eles reluzem.

O açúcar, principal ingrediente

faz brilharem, chegam cintilar.

Suas cores se avivam,

Para em brilhantes a escorrer.

Amarelados,

esverdeados,

avermelhados,

azulados,

e, até,

da cor de terra úmida.

Na vitrine,

uma abelha flutua na busca do néctar.

Do lado de cá,

salivo as delicias de seus sabores.

Escolho um.

O verde, tão verde e reluzente quanto um desejo,

e a mim, me recolho,

na taça de plástico, descartável.

Com a colher do mesmo material

sorvo a primeira bocada.

Mamão, era doce de mamão, mamão,

embora doce, um doce amargo ...

Amargo...

Tão amargo quanto foram as minhas escolhas.

Carlos Gritti

02.05.2 011

Carlos Gritti
Enviado por Carlos Gritti em 23/03/2012
Código do texto: T3571582