Praga
Vim a Praga a romper esta canção
Por motivos que não vou te explicar
A beira do Moldava
As ondas me empurravam
A deixar-te por dar-te a razão
Na ponte de Carlos aprendi
A rimar cicatriz com epidemia
Perdendo as boas maneiras
Se há que pisar cristais
Que seja de Bohemia, coração!
Ai!, Praga, Praga, Praga
Onde o amor naufraga
Em um acordeão
Ai!, Praga, darling, Praga
Os condenados pagam
Cara sua redenção
Ai!, Praga, Praga, Praga
Dois dedos na chaga
E um santo no desvão
Ai, Praga, darling, Praga
A lua é uma adaga
Manchada de alcatrão.
Vim a Praga a fundar uma cidade
Uma noite as dez da manhã,
Subindo a Mala Strana,
Queimando tua bandeira
Na fronteira da solidão.
Outra vez a voltarmos do revés,
A esquecer-te outra vez em cada esquina,
Bailando entre as ruinas
Por desamor a arte
De regar-te as plantas dos pés.
Ai!, Praga, Praga, Praga
Onde o amor naufraga
Em um acordeão.
Ai!, Praga, darling, Praga
Os condenados pagam
Cara sua redenção.
Ai! Praga, Praga, Praga
Onde a neve apaga
As brasas do tablado
Ai! Praga, darling, Praga
Lagrimas que se enchaguam
Na praça Wenceslao.
Ai! Praga, Praga, Praga
Dois dedos na chaga
E um santo no desvão.
Ai! Praga, darling, Praga,
A lua é uma adaga
Manchada de alcatrão.