Praga

Vim a Praga a romper esta canção

Por motivos que não vou te explicar

A beira do Moldava

As ondas me empurravam

A deixar-te por dar-te a razão

Na ponte de Carlos aprendi

A rimar cicatriz com epidemia

Perdendo as boas maneiras

Se há que pisar cristais

Que seja de Bohemia, coração!

Ai!, Praga, Praga, Praga

Onde o amor naufraga

Em um acordeão

Ai!, Praga, darling, Praga

Os condenados pagam

Cara sua redenção

Ai!, Praga, Praga, Praga

Dois dedos na chaga

E um santo no desvão

Ai, Praga, darling, Praga

A lua é uma adaga

Manchada de alcatrão.

Vim a Praga a fundar uma cidade

Uma noite as dez da manhã,

Subindo a Mala Strana,

Queimando tua bandeira

Na fronteira da solidão.

Outra vez a voltarmos do revés,

A esquecer-te outra vez em cada esquina,

Bailando entre as ruinas

Por desamor a arte

De regar-te as plantas dos pés.

Ai!, Praga, Praga, Praga

Onde o amor naufraga

Em um acordeão.

Ai!, Praga, darling, Praga

Os condenados pagam

Cara sua redenção.

Ai! Praga, Praga, Praga

Onde a neve apaga

As brasas do tablado

Ai! Praga, darling, Praga

Lagrimas que se enchaguam

Na praça Wenceslao.

Ai! Praga, Praga, Praga

Dois dedos na chaga

E um santo no desvão.

Ai! Praga, darling, Praga,

A lua é uma adaga

Manchada de alcatrão.

Joaquin
Enviado por Joaquin em 28/06/2012
Código do texto: T3749178